quarta-feira, 8 de outubro de 2008
quarta-feira, 4 de junho de 2008
silêncios

"anasor ed searon"
"Há silêncios bem-vindos,
outros indecifráveis,
alguns polidos e esperados.
Há os indesejáveis.
Há silêncios de hora inteira,
outros de uma vida a devorá-la.
Há os de esperar-lhe.
Há os de desprezar-lhe.
E se tanto silêncio há...
Há o de silenciar-me...
Para escutar o que seu silêncio diz,
além das palavras silenciadas."
Julio Almada
quarta-feira, 28 de maio de 2008
...Procurei ...

.
"Procurei que as coisas acontecessem
procurei no céu olhares misteriosos
e na terra o sabor sereno dos diospiros
plantei algumas árvores
e desenhei e escrevi e pintei
terá sido em vão porque não se procura
nada nos céus nem na terra
porque de nada vale o sabor de um fruto
ou um desenho um vocábulo uma cor
ainda assim
quando não esperava
encontrei uma pequena esfera no chão
desconheço o seu uso mas trago-a na mão"
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Ser apenas água....
domingo, 3 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Radiografia Corporal
Projeto Radiografia Corporal - Miguel Anselmo/Roberta Lima
Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.
Do desejo (trechos) - Hilda Hilst
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Não Coisa
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Zeite ist Kunst !
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

"Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!"
Mario Quintana
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"olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas"
O Meu Impossível
Minh’alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!
Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito.É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!…
Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me […]
Florbela Espanca